Os 10 mais....

Esses são os ciclistas (pelotão ProTour) que mais rodaram em PROVAS no ano de 2011:
1. JAKOB FUGLSANG: 16.450,9Km, e 2 vitórias

2. NICKI SORENSEN: 15.982,2Km e 1 vitória

3. LARS BAK: 15.675,1Km e 1 vitória

4. JOHNNY HOOGERLAND: 15.620,7Km e 0 vitórias

5. MATTEO MONTAGUTI: 15.591,1Km e 0 vitórias

6. GREG AVERMAET: 15.576,1 Km e 4 vitórias

7. SERGEY LAGUTIN: 15.483,1 Km e 1 vitória

8. OLIVIER KAISEN: 15.453,5Km e 0 vitórias

9. STIJN DEVOLDER: 15.117,6Km e 0 vitórias

10. MATTEO TOSATTO: 15.097,7Km e 0 vitórias



Fonte: Maglia Rosa

Imagem do Dia ....


Entrevista: Chris McCormack

Aos 38 anos, o “Rei de Kona” Chris McCormack revê polêmicas da carreira e o sonho olímpico em entrevista exclusiva para a VO2


Por Bruno Romano

Em 2011, a Revista VO2 entrevistou grandes nomes do ciclismo e do triathlon mundial. Neste período de recesso do esporte, relembramos os melhores momentos de algumas destas entrevistas, publicadas integralmente na versão impressa.


Campeão mundial de Ironman [2010] conseguiu encontrar um desafio maior do que vencer no Havaí. Com o status de “Rei de Kona”, local onde foi coroado após vencer a desafiante prova havaiana, Chris McCormack correrá atrás de um sonho antigo, mudando totalmente seu foco e desafiando seu corpo contra atletas mais jovens e mais rápidos em provas olímpicas. A investida de Macca, como é conhecido no meio do triathlon, tem uma meta quase impossível – como também era o título mundial de 2010 – rumo aos Jogos de Londres 2012.

No início da carreira profissional, Macca já havia se destacado no circuito de provas da ITU, órgão máximo do esporte na distância olímpica. No entanto, às vésperas da Olimpíada de Sydney (2000), na qual defenderia o posto de segundo atleta mais rápido do mundo em casa, foi informado pela federação local que não faria parte do time.

Com o grande sonho da sua vida escapando pelas pontas dos dedos, Macca decidiu mudar. Cuidando de sua própria preparação, o australiano fez estrago em circuitos nos EUA, onde passou a competir e treinar, e logo na estreia de um Ironman, de volta à sua terra natal, saiu com a vitória. De lá para cá foram cinco títulos de Ironman Austrália, dois no mundial do Havaí (2007 e 2010), além do Campeonato Mundial e da Copa do Mundo ITU (1997), em um total de mais de 200 vitórias.

Para contar os detalhes dessa trajetória, Macca lançou no fim de maio nos EUA o livro “I’m Here to Win”, ao lado do escritor Tim Vandehay, em que explica seus segredos de treino e suas divergências no esporte.

Em entrevista à VO2, Macca fala abertamente de seus conflitos e expectativas no triathlon. O depoimento de um atleta único, que triunfou em diferentes distâncias, acompanhou as mudanças do esporte e sobreviveu a todas elas.

VO2: Com 38 anos, sendo um dos atletas mais velhos do circuito, você é o atual Rei de Kona. O que isso significa para você?
Chris McCormack: É uma ótima posição para se estar. Quando você é jovem, é impaciente e teme o que será de sua carreira. Você precisa se estabilizar e corresponder suas expectativas e as dos outros. É difícil, mas eu lidei com esses medos e os administrei. Hoje, mais velho, tento realmente me divertir competindo contra os garotos e observo neles as mesmas inseguranças que eu tinha. Eu poderia me aposentar plenamente satisfeito, pois ganhei tudo o que queria. Mas quero que os jovens me tirem do esporte. Meu conhecimento, minha experiência e meu psicológico são um grande diferencial hoje. Nunca tive esse tipo de controle e paciência quando era mais novo. Durante 17 anos de carreira, competi entre o medo, a dificuldade e a raiva. Tive sucesso, mas é algo que te deixa acabado.

VO2: Depois do racha com a Federação Australiana, você passou a se dedicar aos Ironman. Como foi esse processo?
CM: Sempre soube que eu faria um Ironman. Estava dentro de mim e era tudo o que eu mais queria. Quando comecei, esse era o grande evento do esporte – as Olimpíadas só vieram depois. A mentalidade dos jovens hoje é diferente. Eles têm os 70.3 [metade do Ironman], a série olímpica da ITU e, também, o Ironman. Antigamente existiam 10 grandes corridas no mundo todo e ganhar uma delas já valia toda a temporada. Eu acabei chegando ao Ironman em 2002, depois que minha Federação não me escolheu para o time olímpico. Eu era o número dois do mundo em provas curtas, tinha 32 vitórias entre 2000 e 2001 e achei que era o momento certo de mudar. Como não tínhamos 70.3, fui direto ao Ironman. Estreei com vitória no Wildflower (minha primeira prova acima de 2h) e no Ironman Austrália.

VO2: Ficou mais difícil ou mais fácil vencer o mundial de Ironman pela segunda vez?
CM: É difícil ganhar uma vez. A prova sempre traz desafios diferentes para pessoas diferentes. É preciso entender quais suas limitações quanto ao calor, vento e umidade e trabalhar em uma solução. Essa é a chave para a vitória. Fazer isso uma vez é extremamente difícil. Fazer pela segunda vez é tão difícil quanto. Meu conselho para quem quer vencer: tenha coragem para encarar o desafio. Você tem de ter a audácia para triunfar na prova. É preciso se arriscar e não duvidar de si mesmo. O atleta que tem o pensamento de “vencer ou nada” terá alguma chance de ganhar no Havaí.

VO2: Nos últimos anos, a rivalidade voltou à tona no mundial. Seus problemas com os alemães foram deixados para trás?
CM: Rivalidade é um sinônimo de concorrência. É simples: todos nós queremos o prêmio e, por isso, tudo fica mais difícil. Todos têm rivalidade nas suas próprias vidas, mas no esporte isso vira um show. Para ser o melhor em qualquer coisa é preciso ter comprometimento e desejo de ser o melhor que você pode – e o seu ego faz parte disso. Quando os objetivos são os mesmos, os egos entram em colisão. Eu tive uma grande rivalidade com os alemães. Acho que são competidores fantásticos e me dou bem com a maioria deles hoje em dia. Claro, travamos grandes batalhas e conflitos de egos, mas, como eu, eles entendem que isso é parte da vida de um atleta profissional. Só há um cara que eu não consigo engolir. No meu livro, vão saber quem e por quê [Faris Al Sultan].

VO2: Dentre os “segredos” que estão no livro, você conta como nunca ter tido uma lesão séria?
CM: É ser inteligente, mas as pessoas veriam isso como uma ofensa. Tive uma pequena lesão na panturrilha neste ano, mas me curei rapidamente. Eu simplesmente descansei. Não caía na besteira de me preocupar com número de quilômetros e tempo de treino. Somente ouvia meu corpo e não treinava com medo. Você conhece seu corpo melhor do que qualquer um. Triatletas são tão preocupados em treinar que esquecem de colocar o descanso na programação.

VO2: Quando percebeu que poderia despontar na elite?
CM: Quando era juvenil, corria para ser o melhor. Assim que fiz 20 anos, estava correndo com a elite. Não foi uma decisão se tornar profissional. Eu simplesmente queria brigar com os caras da ponta e fazia o melhor que podia para passar quem estava na minha frente. Era o começo do esporte na Austrália, e não havia muitas divisões de categorias e largadas. Eu simplesmente corria o mais rápido que podia, sem me importar com a idade de meu adversário nem usar a minha como desculpa, e é isso que eu amo nesse esporte.

VO2: Já pensou em competir no Brasil?
CM: O Ironman Brasil é uma prova que eu gostaria de fazer mais do que qualquer coisa. Acho a personalidade dos brasileiros muito parecida com a minha. Nós amamos nos divertir, fazemos o que gostamos e não ligamos para o que pensam de nós. Tenho muitos amigos brasileiros e passei muito tempo na década de 90 competindo e surfando no Brasil. Adoro a mentalidade do povo e a cultura. Adoraria vencer o Ironman Brasil, mas nunca fui contatado pelos organizadores do evento e sempre achei que eles preferem deixar a corrida como um campeonato sul-americano. Eu acredito que possa correr muito rápido nessa prova. O mesmo pode ser dito sobre o 70.3. Qualquer desculpa para ir ao Brasil seria incrível.

VO2: O que as pessoas envolvidas com o triathlon podem fazer para ajudar o esporte a crescer?

CM: Abrir a cabeça delas para o esporte. As revistas são uma oportunidade de mostrar como o triathlon é grande, mas o fato de ver atletas de elite competindo no seu país é realmente inspirador. Eu sempre ia ver Greg Welch, Brad Bevan, Pauli Kiuru e Mark Allen na Austrália. Isso me motivou muito. Acho que a chance de ver esse tipo de atleta no auge de suas carreiras, de falar e aprender com eles faz o esporte crescer. Eu fui inspirado e quis ser um triatleta porque essas pessoas eram reais para mim.

ENTREVISTA PUBLICADA EM JUNHO DE 2011 NA REVISTA VO2.

Fonte: http://prologo.uol.com.br/

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